segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dérbi de Manchester pode definir o título inglês



O Manchester City recebe hoje o seu arquirrival Manchester United em jogo que pode definir o campeão da Premier League 2011/12.

Os “citizens” estão em segundo lugar, com 80 pontos, enquanto os “red devils” se encontram na liderança, três pontos à frente do rival. Se vencer, o City iguala em número de pontos e ultrapassa o United pelo critério de desempate; já se o United vencer, abrirá seis pontos e praticamente assegurará o título, pois ficarão faltando apenas mais seis pontos a serem disputados.

Enquanto o United briga pelo seu 20º título da história (é o maior campeão inglês, com 19 títulos) e venceu 12 dos últimos 20 campeonatos; o City luta para sair de uma fila de 44 anos, já que não vence o Campeonato Inglês desde a temporada 1967/68, quando conquistou o seu segundo título da história.

Considerado, por muito tempo, o primo pobre da cidade de Manchester (tanto é assim que o manager do United, Alex Fergunson sempre considerou o maior clássico o confronto com o Liverpool), o City só conquistou protagonismo após ser adquirido pelo xeque árabe Mansour bin Zayed Al Nahyan, que investiu mais de 500 milhões de euros no clube. A partir desta nova “era”, o City passou a se assumir como candidato ao título e esta temporada briga com seu rival United pela conquista da Premier League.

Este será o dérbi de número 165. Até hoje, o United venceu 69 vezes, contra 45 vitórias do City (e 50 empates). No primeiro turno da atual Premier League, o City foi ao estádio Old Trafford golear o United por 1x6, igualando, assim, a maior goleada da história do dérbi, que pertence ao próprio City e datava de 1926.

Hoje, os dois times de Manchester têm a oportunidade de, praticamente, decidirem o título inglês. Ao final dos 90 minutos, um lado de Manchester celebrará e outro lamentará, resta saber qual será o lado a celebrar – se o azul ou o vermelho.

O jogo: realiza-se agora, às 16h (horário de Brasília), no estádio Etihad Stadium (em Manchester).

domingo, 29 de abril de 2012

FC Porto bicampeão português



O FC Porto acaba de se sagrar bicampeão português, seu 26º título nacional da história, após o Benfica não passar de um empate em 2x2 com o Rio Ave, na cidade de Vila do Conde.

Os portistas têm 69 pontos conquistados – 26 vitórias, 6 empates e 1 derrota – enquanto o Benfica, com 63 pontos, no máximo pode igualar o Porto em número de pontos. Como o Porto vence no confronto direto, já é, matematicamente, campeão português 2011/12.

Este é o 19º título Português do FC Porto em 30 anos (exatamente o período de presidência de Pinto da Costa). Ou o 14º título nos últimos 20 anos. Ou 8º título em dez anos.

O FC Porto chega a seu 26º título nacional, ficando apenas seis títulos atrás do Benfica.

Ranking de campeões nos últimos 30 anos:

FC Porto – 19
Benfica – 8
Sporting – 2
Boavista – 1

Ranking de campeões (total):

Benfica – 32
FC Porto – 26
Sporting – 18
Boavista – 1
Belenenses - 1

Campeonato Paulista conhece hoje seus finalistas


Semifinais do Campeonato Paulista acontecem hoje. São Paulo x Santos e Guarani x Ponte Preta definem quais serão os finalistas do Paulista 2012.

São Paulo x Santos


No Morumbi, São Paulo x Santos realizarão o San-São de número 285, clássico em que o tricolor leva vantagem: 126 vitórias do São Paulo, contra 91 do Santos. Na primeira fase, deu São Paulo, 3x2 para os tricolores que jogaram em casa.

O Santos de Neymar, Ganso & Cia vem de viagem desgastante, já que o time do litoral paulista foi à Bolívia enfrente o Bolívar e a altitude de La Paz. Enquanto o São Paulo pôde descansar, uma vez que seu jogo contra a Ponte Preta, pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, foi adiado devido à chuva.

Entretanto, apesar da melhor campanha e de ter vencido o Peixe na primeira fase, além de estar mais descansado, o São Paulo recusa o favoritismo, reconhecendo o equilíbrio entre os dois times e o fato de em um jogo deste nível, tudo pode acontecer, principalmente quando um dos times tem Neymar.

Ficha técnica:

São Paulo: Denis; Piris, Paulo Mirando, Rhodolfo e Cortez; Denílson, Casemiro, Cícero e Jadson; Lucas e Willian José. Técnico: Emerson Leão.

Santos: Rafael; Maranhão, Edu Dracena, Durval e Léo; Adriano, Arouca, Elano e Ganso; Neymar e Borges. Técnico: Muricy Ramalho.

Árbitro: Paulo César de Oliveira.

O jogo: realiza-se hoje, no Estádio do Morumbi, às 16h.

Guarani x Ponte Preta


Centenário, o dérbi campineiro reviverá na noite deste domingo seus momentos mais gloriosos. Guarani x Ponte Preta se reencontram em uma semifinal de Campeonato Paulista depois de 33 anos. O surpreendente confronto deverá parar a cidade de Campinas.

Guarani e Ponte Preta nunca foram campeões estaduais. O Guarani já conquistou o Campeonato Brasileiro em 1978, mas o máximo que conseguiu no Paulista foi o vice-campeonato de 1988 (derrotado pelo Corinthians). A Ponte Preta foi vice-campeã em seis ocasiões, a última delas em 2008, quando perdeu a final para o Palmeiras.

Dono da quarta melhor campanha da primeira fase, enquanto a Ponta Preta se classificou em oitavo lugar, o Guarani terá direito ao mando de campo e, consequentemente, a 95% da carga de ingressos.

Empolgada, a torcida bugrina promete lotar o estádio Brinco de Ouro da Princesa. Os pontepretanos certamente ocuparão todo o espaço a eles destinado. Por isso, o jogo é tratado com muito cuidado por parte das autoridades de segurança – a Polícia Militar de São Paulo destacará 900 policiais para atuarem no dérbi.

Ficha técnica:

Guarani: Emerson; Oziel, Neto, Domingos e Bruno Recife; Ewerton Páscoa, Fábio Bahia, Danilo Sacramento e Fumagalli; Fabinho e Bruno Mendes. Técnico: Vadão.

Santos: Bruno Fuso; Guilherme, Diego Sacoman, Ferrón e Uendel; Xaves, João Paulo, Gerson, Caio e Renato Cajá; Roger. Técnico: Gilson Kleina.

Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra.

O jogo: realiza-se hoje, no Estádio Brinco de Ouro da Princsesa, às 18h30m.

Clássico dos clássicos que vale vaga na final



Sport x Náutico fazem hoje o jogo de volta da semifinal do Campeonato Pernambucano. Os rubro-negros venceram o jogo de ida por 1x2, nos Aflitos, e por terem realizado a melhor campanha na primeira fase, podem até perder por um gol de diferença que estarão classificados para a final. Aos alvirrubros, portanto, só restará uma vitória por dois ou mais gols de vantagem (detalhe: Náutico não vence o Sport na Ilha do Retiro desde 2004).

Além de ter feito melhor campanha na primeira fase e de ter ganho o jogo de ida, o Sport leva vantagem sobre o rival no cômputo geral de toda a história do clássico dos clássicos e também tem se dado melhor sobre o rival nos últimos jogos decisivos.

Há controvérsias quanto ao número de vezes que o clássico dos clássicos, terceiro clássico mais antigo do Brasil, já foi realizado. Dentre as diversas estatísticas, uma delas aponta para 528 confrontos: 202 vitórias do Sport, 175 vitórias do Náutico e 153 empates. O Sport marcou 712 gols e o Náutico 680.

Em decisões, o Náutico não vence uma final frente ao Sport desde 1968, quando o alvirrubro conquistou o hexacampenato pernambucano. Nos últimos anos, contando apenas a partir da década de 1990, os dois clubes já realizaram quatro finais, com quatro conquistas do Sport, a última em 2010. No ano passado, os dois rivais se encontraram na semifinal do Pernambucano e o Sport eliminou o Náutico.

O Sport, certamente, entrará em campo mais tranqüilo, sabendo que tem uma boa vantagem a seu favor e que só terá de geri-la. O Náutico, por seu lado, terá de partir para o ataque, sabendo que uma vitória simples quebrará o jejum de vitórias na casa do rival, mas que apenas uma vitória simples não será suficiente para o alvirrubro chegar à final.

Na outra semifinal, o Santa Cruz, atual campeão pernambucano, joga contra o Salgueiro. O tricolor, que busca o bicampeonato (feito que não alcança desde 1987), precisa de vencer para ir à final. Já o Salgueiro, que venceu no jogo de ida por 2x1, jogar pelo empate para disputar a primeira final de estadual em sua história.

Ficha técnica:

Sport x Náutico

Sport: Magrão; Bruno Aguiar, Tobi e Edcarlos; Moacir, Hamilton, Marquinhos Paraná, Marcelinho Paraíba e Julinho; Jheimy e Jael. Técnico: Mazola Júnior.

Náutico: Gideão; Auremir (João Ananias), Cesar Marques, Ronaldo Alves e Jefferson; Lenon (Ramirez), Derley, Souza e Ramon; Rodrigo Tiuí e Siloé. Técnico: Alexandre Gallo.

Árbitro: Sandro Meira Ricci.

O jogo: realiza-se hoje, no estádio da Ilha do Retiro, às 16h.

Real Madrid joga pelo título


Na sua trajetória em busca pela reconquista do Campeonato Espanhol, o Real Madrid joga hoje contra o Sevilla na expectativa de poder se sagrar campeão ainda hoje, caso o Barcelona perca, fora de casa, para o Rayo Vallecano.

Neste momento, os Merengues já estão em campo e vencem, no começo do segundo tempo, o Sevilla por 3x0, com gols de Cristiano Ronaldo (43º gol do português no Campeonato, recorde de gols em uma única temporada) e Benzema (duas vezes).

Em toda a história, este é o 68º embate entre Real Madrid x Sevilla com mando dos “Blancos”, em jogos do Campeonato. Nos outros 67 jogos, os donos da casa venceram 48 vezes e perderam apenas 8 (com 11 empates). Os Merengues vão, então, em busca de sua 49ª vitória, o que os deixaria muito próximos do 32º título nacional.

Único clube que ainda pode tirar o título ao Real Madrid, o Barcelona vai a Madrid enfrentar o Rayo Vallecano (15º colocado). Ao Barcelona só a vitória interessa, já que o Real Madrid vence seu jogo por 3x0 e deverá somar mais três pontos. Se perder hoje, o time catalão já não poderá mais ultrapassar os madridistas, fazendo com que o seu grande rival já possa celebrar o título.

No histórico de confrontos entre os dois clubes, quando jogam em Vallecas, há um grande equilíbrio: três vitórias para cada lado e seis empates. O jogo começa às 16h30m (horário de Brasília).

Porto vence e se aproxima do bicampeonato



Ontem, o Porto foi ao sempre complicado Estádio dos Barreiros, no Funchal, enfrentar e vencer o Marítimo, em jogo a contar pela 28ª rodada do Campeonato Português. Com dois gols de Hulk, convertendo duas grandes penalidades, os portistas ultrapassaram mais um adversário na caminhada rumo ao bicampeonato.

Em um jogo fraco, com um Marítimo primeiro preocupado em se defender e depois sem muita qualidade para atacar, e um Porto que entrou a pressionar e a dominar as ações, mas que se acomodou após chegar ao 0x1, os Dragões chegaram à vitória com dois gols em momentos distintos da partida.

O primeiro veio na sequência da pressão inicial, em que o Porto encurralou o Marítimo na sua defesa. O pênalti surgiu em lance de escanteio, em que o defensor rubro-verde colocou a mão na bola, simulando um cabeceio. O árbitro não viu, mas o seu auxiliar viu e assinalou o pênalti. Hulk, com calma e precisão, abriu o marcador.

Já o segundo pênalti, surgiu já no fim do jogo, quando Hulk resolveu, em jogadas individuais, acelerar o jogo. Em uma delas ofereceu o gol a Lucho González, que falhou de forma inacreditável. Em outra, passou para Djalma, que foi derrubado dentro da área. Hulk foi mais uma vez chamado para a conversão e deu o resultado final ao marcador.

Os portistas chegaram a 69 pontos e podem comemorar o seu 26º título de campeão português (o 19º em 30 anos ou 8º em 10) ainda hoje, caso o vice-líder Benfica não vença o Rio Ave em Vila do Conde. Por seu turno, o Marítimo fica na quinta posição e se beneficiou da derrota do Guimarães para estar praticamente garantido na Liga Europa da próxima temporada.

sábado, 28 de abril de 2012

FC Porto pode ser campeão este fim de semana



O FC Porto poderá se sagrar bicampeão português neste final de semana, caso vença o Marítimo hoje, no Funchal, e o Benfica não vença o Rio Ave amanhã, em Vila do Conde.

Líder do campeonato com 66 pontos conquistados e quatro pontos à frente do vice-líder Benfica, o Porto vai à Madeira em busca de mais uma vitória frente a um adversário tradicionalmente complicado quando joga em casa, o Marítimo, que se encontra em quinto lugar na Liga Portuguesa.

Os portistas vêm de uma sequência de três vitórias; a última frente ao Beira-Mar, 3x0 (com dois gols e uma assistência do brasileiro Hulk). Já o Marítimo perdeu seus dois últimos jogos, no dérbi madeirense com o Nacional (2x4) e contra o Benfica na Luz (4x1) – ou seja, sofreu oito gols em duas rodadas.

Apesar dos últimos jogos menos positivos dos verde-rubros, o Porto não espera um jogo fácil. Primeiro por ser um campo historicamente difícil (cinco vitórias, três empates e duas derrotas nas últimas dez vezes em que esteve lá). Segundo por que o presidente do Marítimo, aliado do Benfica, já prometeu que os azuis e brancos não terão sossego no Funchal, principalmente Kléber, que trocou o clube insular pelo time da cidade invicta.

Marítimo x Porto se encontram no Estádio dos Barreiros (Funchal), hoje, às 16h15m (horário de Brasília).

Prováveis onzes:

Marítimo: Salin (Peçanha); Briguel, Robson, Robergue, Robson Silva; João Luiz, Rafael Miranda, Benachour (Olberdam); Danilo Dias, Sami e Fidelis (Heldon). Técnico: Pedro Martins.

Porto: Helton; Danilo (Sapunaru), Maicon, Otamendi, Alex Sandro (Alvaro Pereira); Fernando, Moutinho, Lucho; Hulk, Janko e James. Técnico: Vitor Pereira.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Guardiola se despede do Barcelona


Josep Guardiola anunciou hoje que não renovará seu contrato com o Barcelona, encerrando seu vínculo com o clube catalão ao final da temporada. Foram quatro anos à frente do Barcelona, com a conquista de 13 títulos (ainda podendo chegar a 14).

A decisão de não continuar no comando do Barcelona, segundo Guardiola, foi tomada em dezembro do ano passado e motivada pela sua falta de energia para contagiar os jogadores.

Pep Guardiola é um dos primeiros frutos de um projeto iniciado nos anos 1970, primeiro com Rinus Michels (criador do “futebol total” e treinador do Barcelona de 1971 a 1975 e 1976 a 1978) e prosseguido por Johan Cruiff (que chegou ao Barcelona por intermédio de Michels, em 1973, como jogador, onde ficou até 1978; retornou como treinador em 1988).

Foi treinado por Cruijff, na primeira metade dos anos 1990, que Guardiola fez parte do “dream team” catalão que conquistou o tetracampeonato espanhol e sua primeira Liga dos Campeões. Posteriormente, já sob o comando de Bobby Robson (que tinha José Mourinho em sua equipe técnica), Guardiola se tornou capitão do time azul/grená.

Formado nas categorias de base do Barcelona, cria do projeto revolucionário dos gênios holandeses – Michels e Cruijff – Guardiola, antes de se tornar treinador principal do clube culé, assumiu o comando do time B, em maio de 2007, a fim de reformular as categorias de base do clube, que passavam por um momento de instabilidade.

Em 2008/09, Guardiola se tornou treinador do time principal do seu clube do coração. Chegou com a missão de reformular o elenco e recolocar o clube no caminho das conquistas, após uma temporada 2007/08 decepcionante, em que os catalães terminaram o Campeonato Espanhol em terceiro, 18 pontos atrás do campeão Real Madrid.

Guardiola afastou jogadores como Ronaldinho, Deco, Zambrotta, Edmilson e Giovani dos Santos; trouxe Daniel Alves, Keita e Piqué (que estava no Manchester United, mas era formado em La Masia, categorias de base do Barcelona). Além disso, promoveu jovens promessas com quem trabalhara no time B, como Busquets, Pedro e Jeffren.

Além disso, o treinador promoveu duas mudanças táticas importantíssimas: passou a priorizar a posse de bola e a troca de passes, focando o trabalho nas qualidades técnicas e na criatividade; e deu liberdade tática a Messi, permitindo que o argentino se transformasse, definitivamente, no gênio que todos conhecem atualmente.

É claro que não se pode deixar de mencionar que Guardiola teve a oportunidade de trabalhar com a melhor geração não só do Barcelona, como de todo o futebol espanhol, com jogadores como, principalmente, Messi, Xavi e Iniesta. Mas é inegável o seu papel fundamental na criação da máquina de títulos em que se transformou o Barcelona.

Em quatro anos sob seu comando, Guardiola levou o Barcelona à conquista de 13 títulos em 18 disputados, podendo chegar a 14 títulos em 19, caso vença a final da Copa do Rei, frente ao Athletic Bilbao.

Mais do que os títulos, Guardiola ficará marcado para sempre na história do futebol por ter sido o treinador de um time que praticava o mais próximo daquilo que muitos gostam de chamar “futebol arte”: futebol de altíssima categoria, posse e toque de bola, habilidade, técnica e criatividade – um rolo compressor que encantou o mundo (e atemorizava todos os seus adversários).

Independentemente do que acontecer no futuro, Guardiola (o melhor treinador da história do Barcelona, de acordo com o presidente do clube) já terá seu nome reservado na história do esporte mais popular do planeta Terra.

Tito Vilanova, antigo adjunto, assume o posto

Para o lugar de Guardiola, o Barcelona escolheu o seu adjunto nos últimos quatro anos, Tito Vilanova. A escolha se alicerça no argumento da continuidade do trabalho, o desejo de manter a filosofia de trabalho vencedora, sem mudanças radicais.

Na teoria, é algo bastante interessante. Vilanova trabalhou diretamente com Guardiola nesses quatro anos, ambos possuem filosofias de trabalhos semelhantes e o novo treinador assume o cargo com a função de não mudar muito o que tem sido feito, talvez apenas passar a tal energia e motivação aos jogadores (que Guardiola afirmou lhe faltar neste momento).

Entretanto, é preciso lembrar que a prática é bem diferente da teoria (e do discurso). Vilanova precisará mostrar, com seu trabalho, que tem capacidade e competência para ser treinador principal e, acima de tudo, de um clube da dimensão (consequentemente, com as expectativas e exigências) do Barcelona.

Não custa lembrar o exemplo recente de Vitor Pereira, no FC Porto. O antigo adjunto de André Villas-Boas foi o escolhido por Pinto da Costa por representar a “continuidade” do trabalho bem sucedido (Villas-Boas comandou o Porto na conquista de quatro títulos em um ano, incluindo o Campeonato Português invicto e a Liga Europa com exibições como 5x1 na semifinal frente ao Villareal).

Na prática, entretanto, Vitor Pereira mostrou que pode ser um adjunto de alto nível (Villas-Boas tentou levá-lo para o Chelsea), mas que não tem capacidade para ser treinador ao nível que exige o Porto. Deverá conquistar o Português, mas a imagem negativa deixada ao longo da temporada é a que ficará na memória dos portistas.

Em suma, Vilanova terá pela frente um enorme desafio: mostrar-se à altura das exigências e expectativas de um clube como o Barcelona e a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho de Guardiola, a melhor cria de um projeto revolucionário, iniciado nos anos 1970 por dois gênios do futebol (Michels e Cruijff).

Boa sorte ao Vilanova, ele vai precisar!

Títulos conquistados por Guardiola

2 Ligas dos Campeões
2 Mundiais de Clubes
3 Campeonatos Espanhóis
2 Supercopas da Europa
1 Copa do Rei
3 Supercopas da Espanha

*Ainda pode ganhar mais uma Copa do Rei (final frente ao Athletic Bilbao, dia 25 de maio).

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Athletic Bilbao - o ícone de um povo volta a uma final europeia


Hoje o Athletic Bilbao venceu o Sporting por 3x1 e se classificou para a grande final da Liga Europa, chegando a uma final de competição europeia pela primeira vez em 35 anos.

Por conta disto, resolvi editar um texto que já publiquei em outro espaço, a fim de apresentar este clube tradicional no futebol espanhol e singular, por tudo o que representa, em todo o mundo.

Apresento-vos um clube de futebol cujo significado vai muito além do futebol. O Athletic Club Bilbao, ou, simplesmente, Athletic Bilbao não é apenas um clube, não é mais um time como tantos outros que existem no mundo do futebol moderno. O Athletic Bilbao é um ícone, o símbolo emblemático da identidade de seu povo. O Athletic é a expressão de um povo, é a representação de uma causa, de uma luta... Luta por liberdade e autodeterminação.

O Athletic Bilbao é um clube basco, ou seja, situa-se na região do chamado País Basco, na Espanha. Os bascos travam uma luta histórica contra o poder central de Madrid há séculos, e esta luta ganhou um corpo nacionalista nos fins do século XIX, com a fundação de grupos nacionalistas bascos.

Em plena ditadura fascista de Franco, o povo basco e sua região foram massacrados pela opressora força da ditadura franquista. Mas o povo permaneceu na luta, e o Athletic Bilbao se manteve de pé.

O Athletic Bilbao, desde o ano de 1911, prima por um princípio básico: só veste o manto vermelho e branco quem nasce na denominada Euskal Herria, a terra dos bascos. Isso compreende o País Vasco (região autônoma espanhola), Navarra e Iparralde (País Vasco francês) - um exemplo de um jogador francês é Bixente Lizarazu, campeão do Mundo com a seleção francesa de 1998, nascido na região basca francesa (Iparralde), e que jogou pelo Athletic (temporada 1996/97).

Além disso, também são aceitos jogadores DESCENDENTES de bascos (como é o atual caso do venezuelano Fernando Amorebieta, que joga, inclusive, pela seleção vinotinto; ou do brasileiro Vicente Biurrun, que atuou no Athletic entre 1986 e 1990) e jogadores FORMADOS no território basco, nas "canteras" de algum clube basco (como o goleiro Aranzubia, por exemplo, de La Rioja, formado no Athletic e que defendeu o clube até o ano de 2008).

Recentemente, Jonás Ramalho se tornou o primeiro negro a atuar pelo Athletic. Jonás é basco, filho de uma basca com um angolano. A sua atuação na vitória frente ao Sevilla em 20 de novembro de 2011 pôs fim a um mal entendido (digamos assim) por parte de alguns, que creditavam a ausência de negros no Athletic a uma questão racial (o que nunca correspondeu à realidade, já que este fato era fruto exclusivo da política de contratação nacionalista do clube).

Em suma, só quem for da Euskal Herria (ou descendente daqueles nascidos no que os bascos denominam Euskal Herria) ou não tiver sido formado nas “canteras” de algum clube basco, é que pode jogar pelo Athletic.

Fundado em 1898, o centenário Athletic é um dos clubes mais tradicionais da Espanha. Falando em sua fundação, é preciso fazer uma observação: o clube considera a sua origem em 1898, porém a sua atual versão remonta a 1903, a quando da fusão de dois outros emblemas bilbaínos – Athletic Club (de 1898) e Bilbao Football Club (de 1900).

Os leones jamais caíram para a segunda divisão, sempre esteve na elite do futebol espanhol. O seu estádio, San Mamés, é um dos mais antigos da Espanha e o único a receber jogos em todas as edições da primeira divisão espanhola (entretanto, já está em construção um novo estádio, denominado San Mamés Barria – Novo San Mamés, em basco).

No ranking histórico da primeira divisão espanhola, o Athletic Bilbao é o 3º colocado, ou seja, na pontuação geral de todas as edições do campeonato espanhol, o Athletic só fica atrás dos milionários Real Madrid e Barcelona.

A maior goleada aplicada em jogos do campeonato espanhol pertence ao Athletic e não foi contra um adversário qualquer, foi frente o Barcelona: Athletic 12x1 Barcelona.

O Athletic é um dos maiores campeões na Espanha, são 8 campeonatos espanhóis e 24 Copas do Rei (o segundo maior vencedor da história, perdendo apenas para o Barcelona).

Por falar em Copa do Rei, a final da competição na temporada 2008/09 envolveu o Athletic Bilbao e o Barcelona. O vencedor se tornaria o “Rei de Copas”, pois ambos tinham 24 títulos.

Embora de forma mais moderada que os bascos, os catalães também nutrem um sentimento nacionalista e uma luta contra o poder central de Madrid.

A final marcou o encontro de dois clubes que representam as bandeiras de lutas de suas “nações”. De um lado o Athletic Bilbao, uma verdadeira seleção de bascos, do outro o Barcelona, uma seleção milionária, repleta de estrangeiros, porém um símbolo para o seu povo.

Dois momentos foram marcantes:

Na execução do hino nacional da Espanha, bascos e catalães se juntaram e, em uníssono, vaiaram o hino que representa o centralismo e a repressão madrilista. A televisão espanhola, neste momento, cortou o áudio da transmissão na ridícula tentativa de esconder a realidade. Sem dúvida, foi um momento único e histórico.

O Athletic saiu na frente e depois sofreu a virada. Mesmo com o jogo praticamente perdido, os seus bravos torcedores continuavam a cantar e a apoiar o time, em reconhecimento ao esforço de terem chegado tão longe. Cantavam muito mais alto e faziam uma festa muito mais bonita que os próprios torcedores do Barcelona. Ao fim da partida, os campeões do Barcelona foram ao encontro da torcida basca e a reverenciou, em um claro sinal de respeito e admiração.

Este ano, Athletic Bilbao e Barcelona se enfrentarão novamente na final da Copa do Rei 2011/12 e, desta vez, a decisão será na capital da Espanha, Madrid, o que dá ao jogo uma conotação simbólica extremamente marcante.

Falando em simbolismos, a final da Liga Europa, mencionada logo na abertura do texto, terá o Atlético Madrid como adversário do Athletic Bilbao. O Atlético Madrid foi fundado em 1903 por estudantes bascos (e torcedores do Athletic Bilbao), que viviam em Madri. Até a década de 1920, o Atlético (que se chamava Athletic Club Madrid) era uma filial do Athletic Bilbao. No dia 09 de maio estes dois clubes estarão frente a frente em uma final continental. Histórico!

Dados do Athletic Bilbao:

Fundação: 1898

Sócios: 34.373

Estádio: San Mamés (inauguradao em 1913) - capacidade: 40 mil espectadores (todos sentados); o San Mamés Barria terá capacidade para 55 mil torcedores e deve ser inaugurado entre 2013 e 2014.



Títulos:

Campeão Espanhol (8): 1930, 1931, 1934, 1936, 1943, 1956, 1983 e 1984.

Campeão da Copa do Rei (24): 1902, 1903, 1904, 1910, 1911, 1914, 1915, 1916, 1921, 1923, 1930, 1931, 1932, 1933, 1943, 1944, 1945, 1950, 1955, 1956, 1958, 1969, 1973 e 1984.

Campeão da Supercopa da Espanha (1): 1984.

Um clube com uma rica história, vários títulos e uma postura singular no cenário do futebol mundial.

O Athletic Bilbao é um raro exemplo de como um clube pode manter suas tradições. O Athletic se coloca como a resistência do povo basco e, por conseguinte, torna-se um ícone de resistência ao futebol globalizado, mercantilizado, transformado em um mero negócio.

Athletic x Atlético farão final espanhola na Liga Europa



Athletic Bilbao e Atlético Madrid confirmaram presença na final da Liga Europa, ao vencerem, respectivamente Sporting e Valência hoje. Os bascos fizeram 3x1 nos portugueses, dando a volta ao resultado adverso obtido em Lisboa (perdera por 2x1). Enquanto que os madrilenhos apenas confirmaram a classificação, com uma vitória por 0x1 sobre o Valência, após terem feito 4x2 no Vicente Calderón.

Esta será a décima segunda final entre clubes do mesmo país em finais da Liga Europa (entendida desde a primeira edição da Copa das Cidades com Feira, em 1958/59) e a quinta final entre espanhóis. Em todas as competições europeias, esta será a sexta final entre clubes da Espanha, um recorde – a Itália é o segundo, com cinco finais (Inglaterra duas, Alemanha e Portugal uma, são os outros países com finais exclusivas na Europa).

A final a ser disputada no dia 09 de maio, no Estádio Nacional (Bucareste, Romênia), colocará frente a frente, em uma final europeia, antigas matriz e filial. O Atlético Madrid, até a década de 1920 era uma filial do Athletic Bilbao.

Entendendo um pouco da ligação histórica entre os dois finalistas

Fundado em 1898, o centenário Athletic é um dos clubes mais tradicionais da Espanha. Falando em sua fundação, é preciso fazer uma observação: o clube considera a sua origem em 1898, porém a sua atual versão remonta a 1903, a quando da fusão de dois outros emblemas bilbaínos – Athletic Club (de 1898) e Bilbao Football Club (de 1900).

O Atlético, por sua vez, foi fundado em 1903 por estudantes bascos, torcedores do Athletic Bilbao, que viviam na capital espanhola. Inclusive, o nome original do Atlético é Athletic Club Madrid. Até a década de 1920, o Atlético de Madrid era uma filial do Athletic de Bilbao.

Quanto às cores dos clubes, mais uma curiosidade: o uniforme original (de ambos) era azul e branco (igual ao do inglês Blackburn). Mas, em 1911, quando os dirigentes dos dois clubes foram à Inglaterra, não encontraram uniformes azuis e brancos do Blackburn e concordaram em comprar as camisas vermelhas e brancas, com calções pretos, do Sunderland.

A diferença atual nos detalhes dos uniformes dos dois clubes remonta, também, a esta época. O Athletic Bilbao adotou o uniforme de forma idêntica ao do Sunderland (camisas vermelhas e brancas, e calções pretos), enquanto o Atlético Madrid (que, na altura, ainda se chamava Athletic Madrid) preferiu manter os calções azuis do uniforme antigo e só adotou as camisas vermelhas e brancas no novo padrão. E é por isso que ambos são alvirrubros, com camisas muito parecidas até hoje, porém um com calções pretos e o outro calções azuis.

Além dessa relação histórica que une os dois clubes, há um outro fator que os une de alguma forma: o Athletic Bilbao, por seu posicionamento nacionalista (basco), sempre teve como grande oponente o Real Madrid, clube ligado ao fascismo de Franco. Real Madrid que é o grande rival do Atlético Madrid na capital espanhola. Ou seja, de certo modo, ambos têm um inimigo em comum.

Por conta destes fatores, uma final europeia entre Athletic Bilbao x Atlético Madrid carrega consigo um simbolismo enorme, que fará desta decisão algo a ficar marcado na história.

Liga Europa conhece hoje seus dois finalistas


Hoje Valência x Atlético Madrid e Athletic Bilbao x Sporting decidem quais serão os dois finalistas da Liga Europa, segunda competição interclubes do Velho Continente.

No jogo de ida, em Madri, o Atlético bateu o Valência por 4x2 e abriu confortável vantagem para o jogo de volta, que ocorrerá no estádio de Mestalla. O Valência terá que vencer por dois gols de diferença (2x0 ou 3x1) para ir à final, enquanto que “Los Colchoneros” podem perder por um gol de diferença que, mesmo assim, estarão na final.

Em Bilbao, ao Athletic Bilbao bastará um simples 1x0 para chegar a sua segunda final continental da história. No confronto de leões, o português Sporting tem a vantagem do empate para chegar a sua terceira final continental (foi campeão da antiga Recopa Europeia em 1934/64 e vice-campeão da Copa UEFA [atual Liga Europa] em 2004/05).

Esta é a terceira edição da Liga Europa, que sucedeu a Copa UEFA (que, por sua vez, já havia sucedido a Copa das Cidades com Feiras). Na Liga Europa, apenas espanhóis e portugueses souberam o que é ser campeão – Atlético Madrid conquistou a primeira edição e o FC Porto é o atual campeão. Independentemente dos finalistas, o título continuará na Península Ibérica.

Se o Athletic Bilbao eliminar o Sporting, esta será a quinta final espanhola de toda a história da competição (contando desde 1958/59) e a 12ª final entre clubes do mesmo país. Até hoje, foram 11 finais entre clubes da mesma nação: 4 da Espanha; 4 da Itália; 1 de Portugal; 1 da Alemanha; e 1 da Inglaterra. Dentre os quatro semifinalista, o Valência já esteve em uma final envolvendo outro espanhol, foi 1961/62, quando o clube valenciano conquistou a Copa das Cidades com Feiras sobre o Barcelona.

Os dois jogos acontecem no mesmo horário, às 16h05m (horário de Brasília). Valência x Atlético Madrid no estádio de Mestalla e Athletic Bilbao x Sporting no estádio de San Mamés.