No dia 25 de maio, o simbólico estádio de Wembley será palco da
final alemã da Liga dos Campeões da Europa. Independendemente de qual clube se sagrar campeão europeu, Bayern
de Munique ou Borussia Dortmund, a decisão representa a vitória do futebol e do
respeito ao quase utópico espírito esportivo.
No dia 14 de abril, ou seja, no fim de semana seguinte à definição das semifinais da Liga dos Campeões, publiquei aqui neste espaço o texto Semifinais da Liga dos Campeões: dois países, dois modelos de gestão do futebol, em que analisava os dois modelos antagônicos da gestão do futebol adotados na Alemanha e na Espanha. Chamei a atenção para as negociações dos direitos de transmissão televisiva - coletivo na Alemanha, individual na Espanha – e a consequência para a competitividade dos torneios internos. Também falei sobre o paradigma do fair-play financeiro imposto pelas regras da Bundesliga (regulamentadas em um documento de 200 páginas) aos clubes alemães, em contrapartida ao descontrole financeiros dos endividados e, ao meu ver, irresponsáveis Real Madrid e Barcelona. No dia 23 de abril, dia da primeira partida das semifinais, escrevi no Diario de Pernambuco, onde sou estagiário, um texto cujo conteúdo resumia o que havia publicado aqui no blog.
Pois bem, Bayern de
Munique e Borussia Dortmund atropelaram a dupla de ferro espanhola Barcelona e
Real Madrid. Os bávaros aplicaram duas goleadas: 4 a 0 na partida de ida, na
Allianz Arena; e 3 a 0 em pleno Camp Nou, fazendo cair, definitivamente, a
imagem de melhor time do mundo da atual geração catalã. O Dortmund também
goleou na partida de ida, em casa, fazendo 4 a 1 com um show de Lewandowski. Na
volta, no Bernabéu, os alemães perderam por 2 a 0, com dois gols marcados já na
segunda metade do segundo tempo, muito mais pela pressão momentânea do que pela
construção coletiva do futebol merengue, que não existiu em toda a
eliminatória.
Esta será a quarta vez que a final do principal torneio interclubes do mundo será decidida por
dois clubes de um mesmo país. Porém, ao contrário da final espanhola de 2000
(em que o Real Madrid bateu o Valência por 3 a 0), da final italiana de 2003
(vencida, nos pênaltis, pelo Milan sobre a Juventus) e até mesmo da final inglesa de 2007/08 (na qual o Manchester United se sagrou campeão em vitória, nos pênaltis, contra o Chelsea - Anelka e o pênalti de US$ 170 milhões), a decisão de 2013 (como
publicamos no dia 24 de abril - O ponto de viragem do futebol alemão e uma coincidência histórica – e no último domingo no Diario de Pernambuco, com
colaboração do editor do SuperEsportes Marcerl Tito) é ao mesmo tempo reflexo
da reestruturação racional de todo o futebol germânico e um prêmio ao trabalho
fundamental realizado na transformação de uma visão do futebol, reconhecendo a
necessidade de reformular todo um modelo de treinamentos na formação de jovens
jogadores.
Mais do que a terceira
final entre clubes do mesmo país, no dia 25 de maio, o estádio de Wembley, em
Londres, será palco da celebração da vitória do futebol. Do esporte em sua
essência. Da busca pela competitividade em respeito ao tão proclamado, porém
pouco respeitado, espírito esportivo. Seja o Bayern de Munique campeão europeu
pela quinta vez na história ou o Borussia Dortmund levante sua segunda “orelhuda”,
os verdadeiros campeões seremos todos nós, apaixonados pelo futebol.
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