Na última
quarta-feira, Atlético Madrid x Athletic Bilbao, antigas filial e matriz,
fizeram uma final história na Liga Europa (compreenda a importância histórica: Atlético Madrid x Athletic Bilbao fazem final histórica).
E nesse confronto, a antiga filial do clube basco se deu melhor, com uma
vitória contundente e incontestável: 3x0 para o Atlético Madrid, com direito a
três golaços.
Com a conquista, o
Atlético chegou ao seu segundo título da competição, repetindo o feito de 2010,
quando levou a primeira taça da Liga Europa com a atual denominação e o atual
formato (já que o torneio é o sucessor da Copa UEFA).
O jogo decisivo,
realizado no Estádio Nacional em Bucareste (Romênia) foi totalmente dominado
pelo Atlético Madrid, que abriu o placar logo aos sete minutos de jogo através
de um golaço do Sr. Liga Europa, Falcao Garcia. O segundo gol do Atlético,
marcado ainda no primeiro tempo, foi outro golaço do colombiano, que chegou a
12 gols na competição, tornando-se o primeiro jogador a ser artilheiro por dois
anos seguidos da história da Copa UEFA/Liga Europa. Falcao, inclusive, celebrou
o bicampeonato do torneio, pois no ano passado havia conquistado o título a
serviço do Porto (por sinal, foi dele o gol da vitória portista na final de
Dublin, frente ao Sporting Braga).
No segundo tempo, o
Atlético geriu o resultado e o Athletic atacou de forma ostensiva, mas não foi
eficaz na hora de colocar a bola para dentro do gol adversário. O Atlético
passou a aproveitar os espaços abertos pelo time basco para jogar em
contra-ataque. Foi desta forma que, a cinco minutos do fim, o brasileiro Diego
selou o resultado final do encontro, marcando mais um golaço. Coincidentemente,
os três gols “Colchoneros” foram feitos por jogadores que passaram pelo FC
Porto – Falcao (2) e Diego (1).
Ao conquistar a sua
segunda Liga Europa, o Atlético chega ao seu terceiro título europeu da
história, já que também conquistou a antiga Recopa, em 1962.
O Athletic, por sua
vez, amargou mais uma derrota em final europeia. Esta foi a segunda vez que o
clube basco chegou à decisão da Copa UEFA/Liga Europa e tal qual em 1977, quando
perdeu para a Juventus, o Athletic não conseguiu se sagrar campeão.
O emocionante choro bilbaíno
Assim que Diego marcou
o terceiro gol do Atlético e sacramentou o título dos “Colchoneros”, viu-se os
jogadores do Athletic já estendidos no gramado, aos prantos, sentindo a dor da
derrota, como quem sentia a dor de todo um povo que sonhou em finalmente ver
seu ícone se sagrar campeão de um torneio continental.
O Athletic, oito vezes
campeão espanhol e 24 vezes campeão da Copa do Rei, é um clube que representa
de forma simbólica o nacionalismo basco. Desde 1911, apenas jogadores bascos
(ou descendentes de bascos ou jogadores que cresceram no País Basco e foram
formados nas canteras de clubes bascos) podem vestir o manto vermelho e branco
dos “Leones”. Para entender melhor a história do Athletic, leia Athletic Bilbao - o ícone de um povo.
A partir do momento em
que sofreram o terceiro gol, era nítido o sofrimento dos jogadores do Athletic,
que sentem o seu clube como poucos jogadores do futebol moderno, marcado pela
lógica do mercado, em que o dinheiro fala mais alto do que o sentimento.
Em termos
comparativos, por exemplo, Falcao Garcia, que era o jogador mais bem pago da
história do FC Porto, trocou o clube português pelo Atlético Madrid, para
ganhar algo em torno de três vezes mais do que ganhava em Portugal; custando 40
milhões de euros aos cofres do clube madrilenho.
O Athletic Bilbao
representa outra mentalidade, algo muito raro nos dias atuais do futebol
moderno. Por isso, foi tocante ver a reação emocionada dos jogadores bascos com
a derrota. O mundo viu os jogadores sentirem a derrota como se se tratasse de
toda a derrota de um povo que viu seu sonho frustrado.
Contudo, a torcida bilbaína ainda tem uma possibilidade de celebrar um título este ano. O Athletic está na final da Copa do Rei, em que enfrentará o Barcelona, no dia 25 de maio. Curiosamente, a decisão será no Estádio Vicente Calderón, que pertence ao Atlético Madrid.
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