sexta-feira, 10 de agosto de 2012

90 minutos para a história




A Seleção Brasileira de futebol masculino está a cerca de 90 minutos de entrar para a história. Neste sábado, a partir das 11h (horário de Brasília), o time de Neymar, Leandro Damião, Oscar e companhia enfrenta o México, no mítico Estádio de Wembley, na final dos Jogos Olímpicos de Londres. O Brasil chega à sua terceira final olímpica e tentará, pela primeira vez, conquistar a medalha de ouro. Seleção pentacampeã mundial, os brasileiros jamais venceram a Olimpíada. Passados 24 anos desde a última vez em que chegou a uma final (Jogos de Seul, em 1988), a Seleção Brasileira poderá, neste sábado, pôr fim a uma longa espera do futebol nacional, que há muito sonha com o inédito ouro. Assim como o Brasil, que não perdeu nesta Olimpíada, o México, adversário na grande final, também chega à decisão invicto.

Para chegar à final, o time comandado pelo técnico Mano Menezes venceu os cinco jogos que realizou na competição. Cinco vitórias e 15 gols marcados. A Seleção Brasileira apresenta uma excelente média de gols, tendo balançado as redes de cada adversário por três vezes. Isso mesmo, o Brasil marcou três gols em todas as partidas que disputou. O centroavante do Internacional Leandro Damião tem sigo o grande destaque goleador do time verde e amarelo. Damião já celebrou seis gols na Olimpíada e é o artilheiro do torneio. Na história, o Brasil só teve dois artilheiros em Jogos Olímpicos. Romário em 1988 e Bebeto em 1996. Leandro Damião não só poderá se igualar a estes dois grandes atacantes do futebol nacional, como tem a possibilidade de ir além. Romário foi prata em 1988. Bebeto ficou apenas com a medalha de bronze. Damião pode ser artilheiro e campeão olímpico.

O Brasil foi líder do grupo A, ultrapassando, sucessivamente, Egito (3 x 2), Bielorrússia (3 x 1) e Nova Zelândia (3 x 0). Nas quartas de final, o time brasileiro sofreu um pouco para eliminar Honduras. A Seleção esteve atrás do marcador por duas vezes, mas venceu por 3 x 2 e avançou na competição. Na semifinal, foi a vez da Coreia do Sul, que havia eliminado a anfitriã Grã-Bretanha nas quartas. Mas o Brasil não tomou conhecimento do time coreano e fez 3 x 0, com Leandro Damião marcando dois gols.

A trajetória mexicana até a final começou no grupo B. O México ficou em primeiro lugar em sua chave, com duas vitórias (Gabão, 2 x 0; Suíça, 1 x 0) e um empate (Coreia do Sul, 0 x 0). Nas quartas de final, os mexicanos passaram por um susto. Após fazer 2 x 0, frente ao Senegal, o México relaxou demais e sofreu dois gols no segundo tempo. A vaga na semifinal só veio após a prorrogação, quando os mexicanos marcaram duas vezes e o placar ficou em 4 x 2. Na semifinal, o Japão abriu o placar, mas o México conseguiu dar a volta ao resultado e venceu por 3 x 1.

Principal jogador e artilheiro do México nos Jogos Olímpicos, o atacante Giovani dos Santos, que atua no Tottenham da Inglaterra, não poderá enfrentar o Brasil na grande decisão deste sábado. O atleta, revelado pelo Barcelona, que sentiu lesão muscular durante a semifinal, passou por uma ressonância magnética, que constatou a gravidade da ruptura no músculo da perna direita. Para o lugar, Luis Fernando Tena, técnico mexicano, deverá escalar Raúl Jiménez, meio-campo do PSV da Holanda.

Histórico de confrontos

O tempo em que os jornais mexicanos escreviam “jogamos como nunca, perdemos como sempre”, lamentando as derrotas do México para o Brasil, há anos que ficaram para trás. Tradicional adversário da Seleção Brasileira, o México, desde 1999 tem se mostrado uma pedra no sapato do futebol nacional. Desde a final da Copa das Confederações de 1999 para cá, quando a seleção mexicana foi campeã, vencendo o Brasil por 4 x 3, foram 12 confrontos. O México tem clara vantagem, somando sete vitórias, contra apenas três triunfos brasileiros (e dois empates). Em toda a história, foram 37 jogos. Aí, o Brasil sobra, com 21 vitórias. Os mexicanos venceram 10 vezes e houve seis empates.

Mas esses são números da seleção principal. Na Olimpíada, as seleções são sub-23, com a presença de apenas três atletas acima de 23 anos. A base da Seleção olímpica brasileira é o time campeão mundial sub-20. A Copa do Mundo da categoria foi disputada no ano passado, na Colômbia. Brasil x México se encontraram na semifinal e os brasileiros venceram por 2 x 0, com dois gols de Henrique (atualmente no Sport).

Últimos 12 jogos Brasil x México (seleções principais):

04/08/1999 – Final da Copa das Confederações: México 4 x 3 Brasil
07/03/2001 – Amistoso: México 3 x 3 Brasil
12/07/2001 – Copa América: Brasil 0 x 1 México
30/04/2003 – Amistoso: México 0 x 0 Brasil
13/07/2003 – Copa Ouro da Concacaf: México 1 x 0 Brasil
27/07/2003 – Copa Ouro da Concacaf: México 1 x 0 Brasil
18/07/2004 – Copa América: Brasil 4 x 0 México
19/06/2005 – Copa das Confederações: Brasil 0 x 1 México
27/06/2007 – Copa América: Brasil 0 x 2 México
12/09/2007 – Amistoso: Brasil 3 x 1 México
11/10/2011 – Amistoso: México 1 x 2 Brasil
03/06/2012 – Amistoso: Brasil 0 x 2 México

Finais Olímpicas do Brasil



Los Angeles 1984 - 11/08/1984, Estádio Rose Bowl: França 2 x 0 Brasil

Seul 1988 - 01/10/1988, Estádio Olímpico: União Soviética 2 x 1 Brasil

FICHA TÉCNICA

Brasil: Gabriel; Rafael, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Hulk (Alex Sandro), Leandro Damião e Neymar. Técnico: Mano Menezes.

México: Jesús Corona; Israel Jiménez, Hiram Mier, Diego Reyes e Dárvin Chávez; Jorge Enríquez e Carlos Salcido; Javier Aquino, Marco Fabián e Raúl Jiménez; Oribe Peralta. Técnico: Luis Fernando Tena.

Local: Estádio de Wembley, Londres. Horário: 11h (de Brasília). Árbitro: Mark Clattenburg (ING). Assistentes: Stephen Child (ING) e Simon Beck (ING).

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